Alex Alano volta ao disco após hiato de 12 anos com 'Redondas'

29/01/2013

Gaúcho se inspira no ecletismo indiano para criar pop bem conduzido

Kiko Ferreira - EM Cultura
 
O cantor, compositor e violonista gaúcho Alex Alano é um daqueles artistas que acharam uma maneira alternativa de ganhar a vida, sem depender da arte. Ele é sócio e admnistrador da Pousada do Engenho, em São Francisco de Paula, a 40 quilômetros de Gramado e a 120 quilômetros de Porto Alegre. Considerada pelas publicações especializadas uma das pousadas mais charmosas do país, deu tranquilidade ao artista para cuidar da música sem pressa.

Com carreira iniciada em 1986, com o show 'Singular, plural e outras', depois de uma temporada de dois anos na França, ele estreou em disco com 'Canibal', em 1988, passou cinco anos com a banda Venerável Lama e desde 2004 atua no grupo Cidade Baixa, com Fausto Prado e Caetano Silveira. Com passagem marcante por Belo Horizonte, onde fez música e comandou o café do Cine Belas Artes, ele volta ao disco depois de 12 anos com 'Redondas', com uma sonoridade que lembra a culinária do restaurante de sua pousada, com uma mescla de elementos indianos e mineiros acoplados à cultura gaúcha.

O nome do álbum vem de uma brincadeira que o irmão, que mora na Índia, fez num fim de tarde, em que o sol avermelhado banhava as ondas da cidade de Goa. Da fusão de red (vermelho) e ondas veio o título, “redondas”, e o refrão da faixa 'Ondas vermelhas': “Ondas vermelhas brincam na areia/ e a gente ao sol, frente ao mar/ que é de onde vem conversa boa”.

O espírito que marcou a seleção das 13 faixas, escolhidas num total de 70 temas inéditos, vem da tentativa de escolher as canções que estivessem “mais redondas”, de comunicação mais fácil com o público e que deslizassem com suavidade pelo CD. Ao contrário do que o autor chama de “músicas mais agressivas, espinhentas, feitas para mostrar serviço”.

Já na abertura da primeira faixa, o reggae com sotaque indiano 'Céu de Gibraltar', ele parece querer dar a pista da inspiração das canções: “Tudo são histórias de amor/ burras, consistentes, mas de amor”. E segue uma sequência bem resolvida, com letras simples, mas fora do lugar comum ('Redondas') e levadas musicais que incluem reggae, blues ('Nega', 'Densidade zero'), pop de influência argentina ('Polar') e até samba ('Tão tá'). Demonstrações de que o tempo passado com belas paisagens, comida benfeita e ambientes agradáveis fez bem a Alex e sua música.
 
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